segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Texto base para o X Concurso


Introdução

A congregação dos Filhos da Caridade foi fundada no dia 25 de dezembro de 1918 e desde então ela traz em sua essência uma vivência espiritual baseada numa ação profética-libertadora, onde Deus é aquele que caminha ao lado do povo.

Os Filhos da Caridade é uma congregação religiosa que trabalha nas periferias das grandes cidades, à luz do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, faz a opção preferencial pelos pobres. O ideal de vida é traduzido em três pilares fundamentais:
- Vivência da Santidade;
- Fecundidade Apostólica;
- Opção pelos mais pobres do mundo operário.

Seus primeiros membros fizeram sua iniciação (noviciado) na região de Paris. Aos poucos apareceram jovens interessados em viver o carisma de “Evangelizar os pobres e trabalhadores”.

Com o passar dos anos foram assumindo outras paróquias em Paris e no interior daquele país. O mundo operário começa a se organizar: sindicatos, Juventude Operária Cristã e outros movimentos.

No início da guerra de 1940, os Filhos da Caridade começaram a se implantar no Continente Americano, chegando a Montreal e Quebeque, no Canadá.

Mais tarde, foram para Espanha, Portugal, Cuba, México, três países da África, Filipinas, onde ainda hoje continuam seu trabalho de evangelização.

O fundador: Jean Emile Anizan

"Jesus e os pobres:
meus dois grandes amores"

Jean Emile Anizan nasceu em França, numa aldeia rural perto de Orleans, em seis de Janeiro de 1853, numa família cristã. Embora não quisesse ser sacerdote, desde pequeno sonhava em ser missionário.

Em 1871 ele entra em contato com as conferências de São Vicente de Paulo e descobre o mundo dos pobres, a sua miséria e seu afastamento da igreja. Simultaneamente, através da vida de um grande apóstolo dos subúrbios de Paris, vai descobrindo a sua vocação sacerdotal e religiosa.

Aos vinte e um anos de idade decide que quer ser sacerdote e escreve: 
“Quero entregar a minha vida à evangelização dos mais pobres”

Em 1886 entra na Congregação dos Irmãos de São Vicente de Paulo:
“Quero entregar-me a Deus e aos mais pobres”

Nesse mesmo ano de 1886, ele começou o noviciado e expressa o seu desejo: 
“O meu coração será por inteiro para Deus e por Ele , para os órfãos, para os pobres e para os que estão sós”.

É a partir daí que se desenrola todo o seu sentido missionário: Ir ao povo, partilhar suas angústias, esperanças de gente e no coração da miséria fazer brotar a luz do evangelho, o amor predileto de Jesus pelos pobres.

Em 1894 é eleito primeiro assistente da Congregação Irmãos de São Vicente de Paulo e em 1907 é eleito superior geral.

Em 1914 a Congregação entra em crise e aos setenta anos de idade, parte como capelão militar durante a 1ª Guerra Mundial.

Em 1918, a pedido do Papa Bento XV, fundou uma nova Congregação com o nome de “Filhos da Caridade”, fundada logo após ele ter vivido uma missão na Congregação dos Irmãos de São Vicente de Paulo, onde sua paixão pelos mais pobres e abandonados do mundo operário o influenciou na fundação desta congregação.

Desse modo, com o amparo do Espírito Santo de Deus, Padre Anizan aceitou o desafio que o mundo operário lançava à Igreja, e respondeu de forma criativa com a única força que tinha: a do amor de Deus.

Padre Anizan foi um apóstolo que viveu convencido de que este mundo será salvo pela Caridade, e como ele dizia: 

“Quero religiosos, apaixonados por Deus e pelo povo. Sacerdotes e irmãos religiosos que sejam pastores no mundo operário”.

Não é um ideólogo, mas sim um apóstolo, um pastor convencido de que este mundo será salvo pelo Amor - Caridade. 

No dia 1 de Maio de 1928 ele morre em Paris.


Outros pensamentos de Pe Anizan:

"Amar a Deus com um amor que tudo rompe, o amor mais perfeito; o fazer amar. Não tenho outro objetivo, outra ambição neste mundo"

"Quero que Deus se torne cada vez mais o tudo na minha vida, para isso é preciso que Ele seja o tudo do meu coração. Vou trabalhar para manter em mim a sede de amor que Deus acendeu e que não cessa de se reavivar em mim"

"É Deus que me concebeu no seu pensamento, que me fez sair do nada, corpo e alma e com um objetivo eterno e infinito. Deus é a minha origem, o meu fim. Ele é o meu passado, o meu presente e o meu futuro"


Maria: consequência do amor de Deus

Padre Anizan nunca escondeu seu amor por Maria, mãe de Jesus e isso fica evidente quando ele diz que o amor por Maria seja uma consequência do nosso amor por Jesus. E ele vai mais longe:
"Queremos partilhar plenamente os sentimentos do nosso divino Mestre e fazer nossa a recomendação do grande apóstolo: 'Tende os mesmos sentimentos do Cristo'. Ora, viveu unido à Virgem Maria, mais do que qualquer um. Ele a amou e a ama com um amor de predileção; com ele nós queremos ser unidos a Maria no mais íntimo do nosso coração e lhe dar todo o amor possível. O nosso amor por Maria é uma consequência do nosso amor por Jesus".

E reforça que o amor dela é um amor particular:
“Na nossa estrada rumo a Deus, na nossa ação apostólica, nos caminhos dos pobres deste mundo, Maria dá coragem e confiança, ela nos mostra a ternura e o rosto materno de Deus. Jesus é a razão de ser de Maria. Nosso amor por Maria é uma consequência do nosso amor por Jesus. Se Deus permitiu que ela vivesse igual a seu filho no meio dos pobres, que ela mesma fosse pobre, é porque Ele quis associá-la à missão Daquele que disse: “o Espírito Santo me mandou Evangelizar os pobres”. Como Jesus ela os amou de um amor particular. Assim como Deus lhes oferece a sua mãe imaculada como refúgio Ele nos envia como pastores conforme o seu coração”


Filhos da Caridade no Brasil:

Em 1961, iniciou-se um estudo que tinha como objetivo verificar as possibilidades da implantação da Congregação “Filhos da Caridade” no Brasil.

Após esse estudo, verificou-se a necessidade dos padres operários no Estado de São Paulo, pois, era uma região que possuía um grande crescimento industrial. Com isso, a Congregação enviou os dois primeiros padres para o Brasil, sendo eles o Padre Pedro Jourdanne e o Padre José Mahon, que desembarcaram em São Paulo no dia 1º de dezembro de 1961.

No mês de janeiro de 1962, os padres Pedro Jourdanne e José Mahon iniciaram seus trabalhos missionários na igreja de Santa Terezinha, localizada na cidade de Santo André. A seguir, vieram os padres Alfonso e Cláudio, os quais trabalharam na Baixada Santista, em São Vicente, na paróquia Santa Margarida. Chegaram os padres Roberto, Bernardo e Ivo, João Pedro e Carlos Tosar, o Uruguaio.

Em 1979 chega ao Brasil o Padre Miguel Lemarchand, religioso “Filho da Caridade”, que veio com a missão de encontrar vocações religiosas e sacerdotais com jovens brasileiros, pois, com a carência de vocações na França, estava ficando difícil para a Congregação enviar mais padres para o Brasil.

Com isso, Padre Miguel iniciou seus trabalhos viajando, visitando seminários e escrevendo cartas, com o objetivo de convidar jovens brasileiros para participarem na pastoral vocacional. E deram frutos este trabalho ao formar novo grupo de religiosos, composto pelos Padres: Nelson Lemos, Joaquim de Souza, Jorge Galdino e Félix Manoel dos Santos. Em seguida, foram ordenados os Padres Edson do Espírito Santo Menezes, Luiz Carlos Toffanelli, Jorge Cruz da Costa e Júlio César Caetano da Silva, e o mais recente ordenado Padre Jailson José dos Santos.

Assim, chega-se o ano de 2018 onde celebra-se o centenário da fundação da Congregação “Filhos da Caridade”, com a certeza de que este trabalho irá seguir seu curso, com a força e o amparo de Deus, para a evangelização dos que mais necessitam: os pobres marginalizados socialmente e, os trabalhadores desfavorecidos.



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